Descubra a comunicação não-violenta e os 4 componentes que você deve conhecer para ter sucesso ao utilizá-la.
Publicado em 26/12/2022
Em quantas discordâncias verbais você já entrou e percebeu depois que poderia ter feito diferente, expressado suas ideias de maneira mais clara ou compreendido mais o lado do outro?
Enfrentar situações onde nos sentimos contrariados nos leva ao afastamento da Sintonia. Porém, há alguns anos um psicólogo percebeu que algo diferente poderia ser feito para que conflitos fossem resolvidos através de uma comunicação clara e empática.
Assim como a comunicação não-violenta pode transformar nossos diálogos cotidianos, ela se revela uma ferramenta indispensável nas viagens.
Ao explorar novos lugares e culturas, nos deparamos com desafios comunicativos únicos, onde a CNV pode ser a chave para interações mais ricas e significativas.
Observar, sentir, expressar necessidades e fazer pedidos de forma clara e empática nos ajuda a superar barreiras linguísticas e culturais, tornando cada viagem uma jornada de descoberta e conexão humana.
O que é a comunicação não-violenta?
Baseado em experiências vividas na sua infância, o psicólogo Marshall Rosenberg, que cresceu em um bairro periférico de Detroit – em meio a tensões raciais e cenários de violência – criou técnicas para enfrentarmos situações adversas de forma empática. E as chamou de comunicação não-violenta.
Essas técnicas sintetizam habilidades de linguagem e comunicação, que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo quando nos sentimos contrariados.
A comunicação não-violenta visa, aprendermos a nos expressar honestamente e receber com empatia através de quatro componentes:
- Observação;
- Sentimento;
- Necessidade;
- Pedido.
Conhecendo os 4 componentes da comunicação não-violenta
Agora que você já sabe o que é a comunicação não-violenta, confira uma breve explicação sobre cada um de seus componentes.
Observação
A observação é o primeiro pilar da comunicação não-violenta, observar o que de fato está acontecendo em uma situação, sem julgar, percebendo o que nos agrada ou não na atitude da pessoa.
É parte importante da comunicação saber diferenciar observação de avaliação. Ao fazermos uma avaliação junto a observação emitiremos uma crítica.
Observe estes exemplos:
“Maria trabalha demais” – Avaliação
“Maria passou mais de 70 horas no trabalho esta semana” – Observação
Uma boa dica é perceber o que estamos vendo o outro fazer que pode ser agregado à nossa vida ou não. Isso nos ajuda a identificarmos o que nos incomoda, partindo para o segundo pilar.
Sentimento
A segunda etapa da comunicação não-violenta é identificar nosso sentimento ao observarmos determinada ação.
Neste momento, é interessante sermos o mais específico possível, focando em encontrar uma sensação que nos represente: alegre, triste, magoado, assustado, divertido, irritado etc.
Tome cuidado para não confundir o que sentimos com o que pensamos que somos. Nas frases:
“Sou mau violonista” e “Estou me sentindo desapontado comigo mesmo como violinista”.
Apenas a segunda representa um sentimento, a primeira um julgamento.
Outra situação que também pode nos atrapalhar e confundir o que os outros pensam a nosso respeito com o que realmente estamos sentindo.
“Sinto-me incompreendido” é uma afirmação que não demonstra um sentimento real e sim uma avaliação do nível de compreensão da outra pessoa. Uma boa forma de comunicar isso seria falando algo como: “Quando estou falando e você começa a falar por cima de mim sobre outro assunto, fico aborrecido”.
Assumindo responsabilidade por nossos sentimentos
Lembre-se: as atitudes dos outros podem ser estímulo para os nossos sentimentos, mas não a causa.
Nossos sentimentos são resultados de como escolhemos perceber a ação do outro. Não nos sentimos de alguma maneira por que “você…” e sim porque “eu…”.
Necessidade
Na comunicação não-violenta, expressar nossas necessidades está ligado aos sentimentos que reconhecemos.
“Sinto-me frustrada quando você chega atrasado, porque esperava que conseguíssemos poltronas na primeira fila”.
Nesta frase, “frustrada” é o sentimento, “chega atrasado” é a observação e “esperava que conseguíssemos poltronas na primeira fila” a expressão da necessidade, que está conectada ao sentimento.
Ela se sentiu frustrada, pois esperava conseguir poltronas na primeira fila.
Essa conexão faz com que a outra parte entenda e receba com empatia a situação.
Diferente do caso de se só se dizer: “Sinto-me frustrada quando você chega atrasado”. Isso tende a gerar mais conflito e não resolver a situação.
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Pedido
Por último, fazemos um pedido que possa satisfazer nossa necessidade.
Sempre de forma positiva, sem utilizar negações como: “não quero que você faça isso”. Ele também deve ser emitido de forma clara, sem parecer uma exigência.
Ao se falar: “quero que você me compreenda” a frase soa como exigência.
Já ao falarmos: “Quero que você repita para mim o que acabei de dizer” é um pedido positivo, que demonstra a necessidade de compreensão.
No caso do cinema, usado no tópico acima um bom complemento para a frase, realizando um pedido seria:
“Sinto-me frustrada quando você chega atrasado, porque esperava que conseguíssemos poltronas na primeira fila. Você poderia tentar chegar mais cedo da próxima vez?”
Receber com empatia
Entendidos os quatro pilares da comunicação não-violenta, temos também de aprender a ouvir uma resposta negativa para o nosso pedido.
A empatia é a compreensão respeitosa do que se passa na vida dos outros, e a presença é o principal componente dela.
Empatia não é dar conselhos, competir com o sofrimento do outro, educar, se explicar e até mesmo consolar.
Quando o outro fala nós escutamos e nos conectamos com o que ele está observando, sentindo, necessitando e pedindo.
Você pode exercitar isso repetindo o que o outro falou, mas com a observação dos quatro tópicos. Erros provavelmente acontecerão, mas isso demonstra que a sua vontade é se conectar com os sentimentos dele.
Se uma esposa diz para o marido que: “você nunca me escuta”. Uma forma de iniciar um diálogo empático seria dizer: “Parece que você está terrivelmente frustrada porque gostaria de sentir uma ligação maior entre nós quando conversamos”.
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Utilize a comunicação não-violenta
As técnicas de Rosenberg já foram difundidas para todo o mundo e utilizadas em diversos contextos, muitos deles conflitos armados, guerras, ou em relações de profissionais da área médica com pacientes em situações delicadas.
Porém, podemos a usar em diversos momentos do nosso dia-a-dia. Como nossa família, amigos e no trabalho. Ao lidar com nosso chefe, ou nossos colaboradores.
Da mesma forma, a comunicação não-violenta se revela essencial nas viagens, seja ao negociar em um mercado estrangeiro, pedir informações locais ou resolver imprevistos em acomodações.
A habilidade de se expressar de maneira clara e de entender as necessidades dos outros – sejam eles locais ou companheiros de viagem – pode transformar desafios em oportunidades de conexão genuína e enriquecimento pessoal.
Estabelecer uma boa comunicação torna o ambiente mais saudável, onde todos se sentem compreendidos e validados.
Como último exemplo, deixo uma conversa trivial, para mostrar como o uso da comunicação não-violenta pode nos auxiliar nas coisas mais simples.
“Roberto, quando eu vejo duas bolas de meias sujas debaixo da mesinha e mais três perto da TV (observação), fico irritada (sentimento), porque preciso de uma ordem no espaço que usamos em comum (necessidade). Você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na lavadora? (pedido)”.
Conheça a comunicação não-violenta de maneira aprofundada
O que apresentei aqui são algumas das técnicas presentes no livro: Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.
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Se você gostou deste conteúdo, recomendo que leia o livro, que é muito mais aprofundado e apresenta outros tópicos que podem impactar a forma de nos comunicarmos.
Continue sua busca pela Sintonia, confira outros conteúdos de nosso portal que vão aprimorar o seu anteconhecimento e te colocar em contato com outros estilos de vida.
Publicado em: 26/12/2022; Atualizado em: 06/11/2023