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Via Ápia: tudo sobre o melhor passeio que fiz em Roma

Sim, eu gostei de conhecer o Coliseu, curti muito andar pelas ruínas dos fóruns romanos e também me apaixonei pelas ruas de Roma, mas, o melhor passeio que fiz na cidade do amor foi uma pedalada pela Via Ápia, e vou te explicar por quê!


Publicado em: 18/09/2023

Foto da Via Appia, com sua calçamento de pedras largas, grama ao redor, e ciprestes típicos da Itália.

O que é a Via Ápia? 🛣️

A Via Ápia em Roma (ou Via Appia em latim) é uma estrada da época do império romano que resiste em parte até a atualidade, mas ela não é qualquer estrada, é a rainha das estradas! 

Esse apelido se deu por conta de sua importância, a Via Ápia era nada mais do que o principal caminho para se chegar na capital do império, e isso fez com que ela fosse cercada de histórias continuam sendo descobertas.

A sua construção teria começado durante o ano de 312 a.C., sendo importante para conectar Roma ao sul da península itálica até o fim do império romano.

Ah, e para lembrar, estou falando da chamada Via Ápia antiga, ou Via Appia Antica, já que existe uma parte da estrada que foi modernizada e não guarda mais tantos artefatos ao seu redor ou o calçamento original.

A parte da estrada original está dentro do Parco dell’Appia Antica, um local onde os romanos gostam de passear enquanto observam algumas estátuas e monumentos milenares.

Representação gráfica do mapa da Itália, contendo o traçado da Via Ápia, ligando Roma a Brindisi.
Mapa da Via Ápia original, que ligava Roma a Brindisi. Fonte: maps-rome.com

Veja também: Civita di Bagnoregio: a vila mais pitoresca da Itália


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*Os links de indicação acima levam para serviços que eu utilizo em minhas viagens e confio!


O passeio que fez eu me apaixonar pela Via Appia 🚲

A introdução histórica que contei acima era mais ou menos o que eu sabia sobre a Via Ápia, e como eu gosto muito de história, estar em Roma e não ir até ela era inimaginável.

Pesquisando, descobri que ela não é o ponto turístico mais fácil de se chegar da cidade, principalmente se você pensa em ir por conta.

Existe uma boa oferta de tours que percorrem a Via Ápia antiga, sendo a maioria de bicicleta e muitos desses utilizando bicicletas elétricas, o que acaba elevando o preço.

Nessa minha busca eu dei a sorte de encontrar o tour perfeito, sim, eu não achei nenhum defeito. Foi buscando no Airbnb que encontrei o: Pedale na Roma antiga. Lembrando que o Airbnb não serve apenas para encontrar hospedagens, a parte de experiências deles funciona muito bem.

Passeio de bicicleta pela Via Ápia.

O esquema é o mesmo, você define uma cidade, o tempo que vai ficar nela e começa a olhar os tours ofertados, e assim como as hospedagens, fique de olho nas avaliações.

Nesse caso, o preço do tour era mais baixo que os outros ofertados dentro do Airbnb e muito mais baixo do que aqueles que achei em site de agência e outras plataformas de tours, além de estar lotado de reviews maravilhosos.

Confiei nas mais de 2 mil avaliações e reservei o tour por R$174,00.

📍Principais informações sobre o tour:

  • Preço: R$174,00 (pode estar mais barato ou mais caro, depende do dia);
  • Saídas praticamente diárias às 9:00, verifique a disponibilidade na página deles no Airbnb;
  • Local da reserva do Tour: Airbnb;
  • Duração: 3 a 4 horas;
  • Ponto de encontro e de término: Café Cancelliere – Via Amedeo Crivellucci, 8, 00179 Roma RM, Itália;
  • O tour é inglês, mas com um sotaque italiano que facilita a compreensão;
  • São fornecidas bicicletas (em excelente estado), capacetes para os participantes e um café de cortesia na chegada ao ponto de encontro;

Como chegar na Via Ápia

Com o tour comprado era hora de chegar na Via Ápia, na verdade fui em direção a um dos portões do Parque da Via Ápia que era onde o tour se iniciaria. 

Para chegar até lá peguei o ônibus 87 – L.Go Colli Albani que sai das proximidades da Torre Argentina. Nesse momento a animação era pouca já que bem no dia do passeio uma chuva caia sem parar.

Outra forma de chegar à entrada do parque é pegar o metrô até a estação Colli Albani e de lá andar algumas quadras.

Ou, se você deseja pegar a Via Appia Roma mais para o começo e próximo de outras atrações famosas, como a Catacumbas de São Calisto, pegue um ônibus que vai até as Termas de Caracalla e de lá pegue o 118 – Appia/villa Dei Quintili.

Recomendo que você olhe no Google Maps as melhores opções de transporte público para ir do lugar que você está até a Via Appia, indicando também o horário que você vai, basta fazer o que o aplicativo mandar, não tem erro.

Fique atento ao fato de que nem todos os ônibus em Roma estão equipados com máquina que lê cartão de débito e crédito e desconta o valor da passagem, nesse caso recomendo que ande com uma ou duas passagens compradas em uma banca de jornal e tabacarias.

No meu caso, descobri isso na hora de voltar da Via Ápia e fiz o trajeto da mesma maneira que a maioria dos romanos, de graça. Não recomendo, pois se um fiscal entrasse no ônibus (o que não sei se realmente acontece) eu ganharia uma multa.

Veja também: O que comer na Itália? 11 pratos que você precisa provar na sua viagem

O início do tour

O tour começou em uma café próximo à entrada do parque, onde conheci o guia do dia, Sergio, um italiano muito gente boa que se apresentou como um romano de uma linha antiga e cuja família se dedica a arqueologia.

Assim como o seu avô e seu pai, ele também é arqueólogo, além de ter morado alguns anos no norte da África pesquisando e analisando vestígios do império romano no continente. Tudo isso fez dele um apaixonado pela história do local onde vive e eu pude confirmar isso em cada história que ele contou durante o tour.

Após tomar um cafezinho (incluso no preço do tour) fomos pegar as bicicletas, outro ponto positivo, o grupo era pequeno, cerca de 10 pessoas, contando a “estagiária” do Sergio.

As bicicletas também fizeram a experiência ser fantástica, elas foram feitas especialmente para o tipo de solo do tour, de longe a melhor bike que já andei na vida e não poderia ser diferente, a Itália é conhecida por suas boas marcas.

Entramos no parque e após algumas breves instruções começamos a nossa pedala, nesse momento por dentro do parque e ainda rumo a Via Ápia.

Foto do guia Sergio em pé ao lado de uma placa, dando suas explicações inicias sobre a via Ápia.
O início do tour dentro do Parco dell’Appia Antica.

O que ver na Via Ápia Roma 👀

Confira abaixo os principais pontos que conheci durante o passeio pela Via Ápia.

O parque da Via Ápia

O Parco dell’Appia Antica não engloba apenas a antiga rodovia, mas sim uma grande região ao seu redor, por isso, as atrações não se resumem ao que pode ser visto apenas na Via Ápia Roma

Nós entramos no parque em uma área chamada de Caffarella, que é muito utilizada pelos romanos para praticar esportes, passear com cachorros e fazer piqueniques.

Inclusive, deu para perceber que correr em um belíssimo parque passando por ruínas milenares é algo comum no cotidiano de quem mora por ali.

Continue lendo para ver o Mapa da Via Ápia que engloba a área do parque.

Foto do parque da Via Ápia antiga, com seu gramado e árvores bem verdes.
Parte do Parco dell’Appia Antica.

Ninfeu di Egeria

Dentro do parque, a nossa primeira parada foi no Ninfeu di Egeria, um antigo santuário construído em volta de uma nascente dedicada à ninfa Egeria – ninfas são divindades mitológicas gregas que habitavam fontes, rios e bosques.

Segundo a lenda, Egeria era uma ninfa apaixonada por Numa Pompílio (o segundo rei de Roma após Rômulo), que após a sua morte derreteu em lágrimas e virou uma nascente, onde está localizado o templo.

As ruínas do templo que vemos hoje são do século 2 d.C., mas no local já havia uma gruta mais antiga dedicada a ninfa.

Segundo Sergio, apesar da história com a ninfa ser mitológica, Numa Pompílio realmente existiu, vivendo entre 700 e 600 a.C., ao contrário de Rômulo (irmão de Remo na lenda), que é uma invenção literária e que nenhuma evidência da real existência dos dois jamais teria sido encontrada.

Por tanto, Pompílio é um forte candidato a ter sido o fundador original de Roma, e o culto à nascente de Egeria um dos primeiros templos do que seria a civilização romana.

Foto de um templo antigo encravado em uma pedra, revelando uma antiga gruta e seus adornos. O seu solo lembra um pântano.
Ninfeu di Egeria.

Arena dos gladiadores

Logo ao lado do Ninfeu di Egeria é possível ver uma construção que lembra uma escada em meio a vegetação, sendo na verdade uma antiga arquibancada.

No gramado em frente ao Ninfeu existia uma pequena arena onde gladiadores se enfrentavam. O local funcionava como um campo de treinamento, portanto não havia batalhas até a morte por ali.

Os melhores gladiadores eram enviados então para lutar no Coliseu ou em outras arenas, como a de Pompeia.

Uma curiosidade é a pequena distância entre os degraus, os romanos abastados tendiam a ter excesso de peso, logo não conseguiam dar largos passos para subir uma escada.

Essas informações foram passadas pelo guia, e apesar de não encontrar uma menção a esse local na internet, a arquibancada realmente está ali.

Veja também: Pôr do sol em Roma: 5 lugares com vistar maravilhosas

A Via Ápia

Após passar por belíssimas paisagens por dentro do parque, chegamos à Via Appia, entrando nela pelas proximidades do Capo di Bove (mais a frente vou falar sobre esse local).

A estrada é um local muito bonito cercado de vegetação e de ciprestes que chamam a atenção e tornam ela belíssima para fotos

Ilustração demonstrando pessoas romanas construindo a Via Ápia, demonstrando suas camadas que ficam de baixo do solo e são feitas de diferentes pedras.
Ilustração da construção da Via Appia.

Para mim, o mais impressionante foi ter a oportunidade de andar sobre ela, um caminho de mais de 2000 anos que ligava a capital do império romano a diversas cidades.

A engenhosidade arquitetônica da Via Appia Roma também vale uma menção, primeiro o terreno foi nivelado, depois recebeu camadas para drenar a água da chuva e suas valas e canais foram abertos, para também escoar a água, por fim as enormes pedras que ainda vemos lá foram colocadas.

Uma curiosidade é que a eficiência da estrada continua até hoje, como havia chovido de manhã, passamos por alguns trechos cobertos de asfalto normal pelo caminho que concentravam água, mas nos lugares onde as pedras originais da Via Ápia foram mantidas, a água não empossou.

E pode ficar tranquilo quanto a facilidade de andar de bicicleta por ali, pelas fotos pode até dar um medo por conta das grandes pedras, mas na beirada da Via existem caminhos para as bicicletas passarem.

Conforme avançamos pela Via Appia Antica, os monumentos vão surgindo.

Foto de uma estrada de pedras, ao seu redor é possível ver árvores, grama e ruínas.
A Via Ápia e sua ruínas – neste trecho sem o calçamento original.

Estátua de Baco

A estátua do deus Baco foi uma das paradas do tour, ela está bastante danificada, provavelmente por conta do caráter pagão que ganhou após a adoção do cristianismo como religião oficial do império romano.

Foto de uma estátua sem a cabela e partes do seu corpo, exposta em um gramado e sustentada por uma estrutura de pedras e tijolos.
A estátua de Baco.

Tomba dei Rabiri

A maioria dos lugares no entorno da Via Ápia Roma não preservam as suas características originais, restando apenas as suas ruínas, e grande parte dessas construções eram uma espécie de tumba.

Isso quer dizer que os romanos enterravam seus entes ao redor da sua principal estrada? Na verdade, não há nenhum corpo enterrado por ali.

O costume romano, anterior ao cristianismo, era o de cremar os seus mortos, e as tumbas que ficam em volta da Via Ápia são monumentos em homenagem a pessoas influentes, sejam políticos ou comerciantes

Foto de uma tumba em um gramado, nela estão desenhado 3 rostos em seu centro.
Tomba dei Rabiri.

E uma das tumbas mais interessantes é a Tomba dei Rabiri, que traz a figura de 3 pessoas. A seção do monumento onde estão os 3 rostos não é mais a original, que está em um museu, mas a peça cumpre a sua função de entendimento de como funcionavam as coisas naquela época.

A inscrição identifica as pessoas retratadas:

Gaius Rabirius Hermodoros, liberto de Póstumo; Rabíria Demaris; Usia Prima, sacerdotisa de Ísis.

Possivelmente pai, mãe e filha.

Um detalhe interessante é que os dois primeiros retratados olham para a esquerda, em direção a Roma, já a última da direita olha para o outro lado. Como a inscrição diz, ela era “sacerdotisa de Ísis”, o que a língua com religiões praticadas no Egito, logo, é para lá que ela estaria olhando.

É possível notar que o monumento foi modificado, e restam poucas partes que mostram a sua decoração original, que retratava um bacanal. Assim como a estátua de Baco que estava danificada, ele também sofreu com intervenções por conta de seu caráter pagão.

Veja também | Castelo de Santo Ângelo: tudo o que você precisa saber para visitar

Outras ruínas

Além das tumbas no entorno da Via, outras ruínas também podem ser vistas por lá, sendo principalmente de lojas, prostíbulos e restaurantes.

A área central de Roma era dedicada ao fórum, sendo considerada sagrada, por tanto todos os outros tipos de serviço eram feitos fora da cidade, e um desses locais era a Via Appia.

Desenho em preto e branco de uma estrada de pedra vista de cima, nela estão passando pessoas a cavalo e ela é cercada de construções que parecem túmulos.
Representação da Via Ápia durante o império romano.

Veja também: 5 documentários de viagem para assistir e se inspirar

Parque dos aquedutos

Após sairmos da Via Ápia antiga passamos por um pequeno bairro até chegarmos a outra parte do Parco dell’Appia Antica, o parque dos aquedutos.

Nesse local estão localizados aquedutos de diferentes épocas romanas, sendo os maiores deles construídos a mando dos imperadores Claudio e Felix. Os aquedutos são vários por conta dos diferentes conflitos e invasões que Roma sofreu, logo, sempre que alguém queria sabotar a cidade quebrava o aqueduto.

Foto de um grande aqueduto antigo em meio a um gramado verde.
O Parque dos aquedutos.
Foto de pessoas pedalando em um caminho de asfalto, do lado direito é possível ver árvores e um gramado verde, a frente é um antigo aqueduto.
O Acqua Vergine.

 

Apesar de não ser o maior, o que para mim guarda a história mais interessante é o Aqua Virgo, construído por Marco Agripa no ano de 19 a.C. (inclusive Agripa é um dos personagens da série Roma da HBO e responsável também pela construção do Pantheon, então se você quer conhecer mais da história dele vale a pena assistir).

Depois de muitos anos esquecido e sem funcionar, o aqueduto foi reformado pelo papa Nicolau V em 1453, que o rebatizou de Acqua Vergine, essa estrutura foi aproveitada pelo papa Urbano VIII em 1629 para levar água até a Fontana di Trevi e outros pontos de fornecimento de água potável, permanecendo assim até a atualidade.

Chegando perto do Acqua Vergine é possível escutar o barulho da água que desce pelo aqueduto e que chega até as fontes do centro da cidade que nos abastecem durante as andanças por Roma, incrível!

Considerações sobre o passeio 🚩

Foto da estrada coberta por lama com pessoas em pé observando algo.
O grupo da pedalada pela Via Ápia.

Se você quer fazer um passeio fora do comum em Roma, não deixe de pedalar pela Via Ápia e eu indico esse tour particularmente.

Sergio, o guia, detêm um conhecimento muito rico e extremamente detalhado, um verdadeiro contador de histórias, além de ser extremamente simpático.

O grupo era pequeno, o que facilita muito e o roteiro é maravilhoso. 

Se você for fazer uma pesquisa sobre a Via Appia vai ver que esse passeio não passou pelos pontos normalmente citados como os principais (como as catacumbas de São Calisto), mas eu não senti nenhum pouco de falta disso.

Na verdade, o roteiro privilegia os lugares que não é preciso entrar para conhecer ou pagar, o que quebraria a experiência de estar passeando de bicicleta por meio de ruínas milenares.

Entre as paradas para explicação, dúvidas e pausas de descanso, levamos praticamente 4 horas para cumprir o percurso de quase 17 km.

Print do google maps que mostra o trajeto feito durante o passeio de bicicleta pela Via Ápia, que completa uma forma quase quadrada, iniciando e terminando no mesmo local.
Traçado aproximado do passeio de 17 km de bicicleta pelo Parco dell’Appia Antica e pela Via Ápia.

No final, ainda ganhamos a recomendação de um restaurante para almoçar no bairro do entorno do parque, que além de estar maravilhoso, foi a refeição em restaurante mais barata que fiz em Roma.

Restaurante Sorrentino: Via Rocca Priora, 53, 00179 Roma RM, Itália; a partir de 7 euros para o menu que inclui entrada e prato principal.

Inclusive fica a dica, se você não conseguir nenhuma hospedagem na região central de Roma, a região do entorno do metrô Colli Albani me pareceu bem tranquila, equipada com restaurantes bem mais baratos que o centro e de fácil acesso às principais atrações (indo de ônibus ou metrô).

Veja também: Tudo o que você precisa saber para visitar a Basílica de São Francisco de Assis na Itália

Outras lugares ao redor da Via Ápia que você também pode visitar 🎫

Como falei o tour de bicicleta pela Via Ápia passou mais pelo “lado B” desse local tão fascinante, os locais que são mais procurados e visitados na Via Appia são construções pagas a parte e que você tem que entrar para visitar, sendo elas:

Capo di Bove

O Capo di Bove é um sítio arqueológico onde foram encontrados em 2002 restos de uma antiga terma privada da época romana.

Lá é possível ver: os quartos dos banheiros, pisos em mosaico e mármore colorido, banheiras hidráulicas, túbulos de terracota, a rede de esgoto e partes dos revestimentos em lajes de mármore e gesso pintado

A entrada para o Capo di Bove custa 8 euros e é válida por 3 dias, preço que inclui a entrada para outras atrações que também estão ao longo da Via Ápia: Mausoléu de Cecilia Metella, Villa dei Quintili, Santa Maria Nova, Antiquário de Lucrezia Romana.

Villa Quintili

A Villa Quintili é o maior complexo residencial da época romana do subúrbio da cidade de Roma, a casa pertencia aos irmãos Sesto Quintilio Condiano e Sesto Quintilio Valerio Massimo, membros de uma família influente.

Posteriormente, a Villa foi confiscada e virou propriedade do império de Roma, o que elevou a arquitetura da construção trazendo elementos que ainda podem ser vistos hoje, como pavimentos em mármore colorido.

Nos últimos anos todo um complexo ao redor da casa foi descoberto, contendo: um teatro e um circo para corridas de cavalos, além de uma adega para produção de vinho e uma loja para os vender.

O ingresso para a Villa Quintili custa 8 dólares, pode ser utilizado por 3 dias e são válidos para outras atrações como: Mausoléu de Cecilia Metella, Santa Maria Nova, Antiquário de Lucrezia Romana, Complexo Capo di Bove, Tumbas da Via Latina.

Catacombe di San Sebastiano

As catacumbas de São Sebastião são um complexo de cemitérios subterrâneos feitos para enterrar cristãos, sendo essa considerada a catacumba cristã mais antiga de Roma, pertencente aos praticantes da religião na época que ela ainda não era a oficial do império.

Para entrar nas Catacumbas de São Sebastião é necessário estar com um guia credenciado (que pode ser o do local), o custo é de 10 euros, mais o preço do guia caso você contrate um por fora.

Para agendar uma visita é necessário seguir as instruções do site oficial da atração.

Veja também: O que você perde ao não visitar Nápoles: guia completo da capital do Sul da Itália

Catacombe di San Calixto

Dentre as catacumbas que ficam à beira da Via Ápia, a de São Calisto é a mais famosa, isso porque ela abriga os restos mortais de diversos papas do início da igreja católica, que viveram entre o século 2 e 4.

Por conta do declínio do império romano e das invasões dos lombardos, as catacumbas foram fechadas e caíram no esquecimento, sendo redescobertas por arqueólogos apenas em 1854, atualmente todo o seu complexo está aberto à visitação.

Para visitar as catacumbas também é necessário pagar uma visita guiada que custa 10 euros, ela pode ser pré-agendada no site, ou você pode entrar em algum grupo na hora que chegar lá caso houver disponibilidade.

Chiesa del Domine Quo Vadis

Assim como as Catacumbas, a Chiesa del Domine Quo Vadis também está localizada na parte da Via Ápia onde ainda é possível trafegar de carro e o calçamento já não é mais o original

Neste local São Pedro teria encontrado uma aparição de Jesus quando fugia da perseguição aos cristãos em Roma, uma das curiosidades dessa pequena igreja é que nela está uma pedra que teria ficado com a pegada de Jesus quando o mesmo pisou nela para conversar com São Pedro.

Principais dúvidas e informações sobre a Via Ápia Roma📍

Confira mais algumas informações e as respostas para algumas perguntas sobre esse passeio que desvenda Roma além dos principais pontos.

Mapa da Via Ápia

Print do google maps que mostra em destaque toda área do Parco dell'Appia Antica e em amarelo forte o traçado em linha reto da Via Ápia que cruza o parque.
Toda área em amarelo claro representa os limites do Parco dell’Appia Antica, já o traçado em amarelo mais forte representa a Via Ápia, totalizando 16 km.

É importante notar que a área onde está o calçamento original e as ruínas começam bem mais a frente da cidade, próximo do Campo di Bove e 3 km a frente da Chiesa del Domine Quo Vadis.

Confira o mapa do traçado do parque com mais detalhes, e se você quiser, veja um mapa interativo da Via Ápia com todos os possíveis pontos de interesse demarcados.

De onde até aonde vai a Via Ápia?

Atualmente os arqueólogos têm defendido a tese de que a Via Ápia começava em um local próximo às Termas de Caracalla – e buscam por seus vestígiosonde está hoje a Piazzale Numa Pompílio. Já o seu fim era na cidade de Brindisi, que fica no extremo sul da Itália.

Como conhecer a Via Ápia de bicicleta?

A melhor maneira de conhecer a Via Appia de bicicleta é contratando um tour. Como relatei acima, minha experiência foi ótima, além de contar com um guia extraordinário a bicicleta era de uma qualidade superior e o preço foi bem acessível.

Foto da Via Ápia, com suas pedras, um caminho para bicicletas ao lado, seus ciprestes e diversas bicicletas estacionadas na grama.
Via Ápia e bicicletas, a combinação ideal.

Já vi relato de pessoas que fizeram o caminho de bicicletas alugadas partindo do centro de romano, mas passaram alguns apuros no trânsito, já que para chegar até a Via Ápia tiveram de passar por vários trechos sem espaço destinado à ciclistas, e o trânsito de Roma não é dos mais convidativos.

É possível conhecer a Via Ápia a pé?

Até é, mas desde que você pegue um transporte que te deixe muito perto de onde está a parte da Via Ápia que mantém o calçamento original e que te leve de volta, se não, terá de andar bastante.

É possível conhecer a Via Ápia de carro ou moto?

Depende da parte da Via Ápia, nos locais onde estão algumas das atrações como as catacumbas e a Chiesa del Domine Quo Vadis o tráfego de veículos ainda é normal

Porém, no trecho mais clássico da Via creio que o acesso a carros e motos seja proibido, por lá vi apenas carros de moradores e de serviços públicos.

Qual parte da Via Ápia está preservada?

A parte mais preservada da Via Appia antiga é a que vai do Capo di Bove até mais ou menos a Villa Quintili.

Curiosidade: a história de Spartacus e o filme de 1960

A Via Ápia já foi retratada em algumas produções audiovisuais, como a já citada série da HBO, Roma. Mas, a mais emblemática delas está no filme Spartacus de 1960, dirigido pelo mítico Stanley Kubrick.

Segue a cena que retrata a Via Appia:

Mas a história não para por aí, Spartacus realmente existiu e ele foi realmente crucificado às margens da Via Ápia, exatamente como mostra o filme.

Vale a pena conhecer a Via Ápia Roma? 🤔

Foto minha na Via Ápia, segurando uma bicicleta com a estrada de fundo e sorrindo para a foto, de capacete.

Com toda certeza! A Via Ápia foi o meu passeio preferido em Roma, não porque eu não gostei dos outros, mas porque ela foi totalmente uma surpresa, para além dela, o parque é maravilhoso e as vistas são deslumbrantes.

Assim como em vários outros lugares da cidade e da Itália a história continua sendo descoberta e são muitos os lugares para escavar e estudar, por isso, achei normal a conflituosidade de algumas informações apresentadas pelo guia e aquelas que encontrei na internet para contar essa história.

Inclusive o Sergio contou tudo com tanta paixão e riqueza de detalhes que prefiro acreditar nele.

Se você gostou dessa dica de passeio que mostra uma Roma fora do comum, não deixe de conferir os outros textos da minha viagem pela Itália.

 

 

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Felipe Sawaf

Felipe Sawaf

Olá, Eu sou o Felipe! Mais um ser humano em busca das coisas que fazem a vida valer a pena. Passei anos amadurecendo a ideia de ter o meu próprio blog de viagem, e em 2022 nasceu finalmente o Em Busca da Sintonia. Espero de coração que as minhas dicas e experiências ajudem você a viver as suas! Obrigado por ler o meu blog e nos vemos pelo mundo!

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